Sempre que apresento as Jóias artesanais com Bordado Madeira surge a pergunta?
Como nasceu esta ideia? E porquê uma jóia?
E foi assim:
A ideia nasceu das memórias da minha infância.
Das memórias que guardei enquanto brincava à volta dos bordados das minhas avós e tias.
A transformação da ideia em jóia, essa, foi um processo mais complexo e não tão simples como uma memória. Foi surgindo como resposta a um passado que se estava a perder e com o qual as gerações mais novas não estavam a ter contacto.
Nasce com uma missão:
Preservar e enaltecer o Bordado Madeira equanto Património que é a Hístória e Cultura de um povo.
Retirá-lo das gavetas e fazê-lo "saltar" para o dia a dia das pessoas, e para que estas o possam levá-lo ao peito pelo mundo fora.
Com o compromisso de guardarem a genuinidade dos materiais e da técnica. O savoir faire dos ancestrais, numa combinação feita à luz das novas tendências.
Este é o meu olhar e a minha homenagem ao Bordado Madeira.
O segundo dia amanhece, são 8 da manhã e já há muitas pessoas a passear entre as várias instalações na Avenida Arriaga.
Esta é a homenagem à identidade da Ilha da Madeira e do seu povo cujas flores são tema central no seu modo de estar.
O Bordado Madeira é a mais bela expressão disso, em que as flores são o seu principal design, explorado de forma sublime e luxuosa. Um mundo floral materializado com relevo, recortes, ponto de corda e granitos.
Segue-se uma mostra de fotografia, com destaque para o bordado.
Deliciem-se.
Fotos de Miguel Moniz.
A Festa começou.
Hoje o acontecimento principal é o tapete de flores naturais, na Avenida Arriaga.
É impossível não sentir esta magia em todos os cantos do Funchal.
Embora a Avenida Arriaga seja a Rua protagonista da Festa da Flor, esta magia espalhasse por todos os cantos. As flores passeiam nas mãos dos visitantes que espreitam a cidade, as lojas aprimoram as montras com instalações florais.
As árvores estão vestidas a rigor; na calçada florescem tapetes magníficos.
Todo este evento envolvente, transpõe-nos para um conto de encantar maravilhoso.
Deixo-vos algumas fotografias da autoria do Miguel Moniz.
Relembro o programa, para que possam acompanhar.
Até Amanhã
Para mim a Primavera começa com a Festa da Flor.
É uma semana de festa, centrada num tema que carateriza a identidade da Ilha da Madeira.
O Funchal veste-se de todas as cores possíveis e imaginárias. O encanto e a magia acontecem um pouco por toda a cidade.
A Festa da Flor teve o seu início em 1954, num formato de pequeno evento, que se realizava num espaço fechado e se resumia à exposição e concurso de flores, embora já atraísse muitos turistas.
A partir de 1980, o evento passou a ser mais consolidado e, em 1990, passou para as ruas do Funchal, onde decorria durante três dias.
Atualmente tem a duração de uma semana. Deixo-vos o programa deste ano, que decorre de 16 a 22 de Abril, bem como alguns momentos da Festa da Flor de 2014.
Protea Real
Linda instalação de esferas floridas na Avenida Arriaga.
Um momento a não perder: centenas de figurantes desfilam a dançar ou em carros alegóricos.
As flores estão presentes em tudo o que temos e fazemos. É um reflexo da natureza da Ilha, que representa o modo de estar e expressar de um povo.
Para a semana prometo mostrar-vos um pouco de todos os dias.
Sejam bem-vindos. Esta é a Ilha da Madeira!
Até já.
Inserida numa família que se dedicava ao bordado da madeira como fonte de rendimento, as tardes eram passadas a bordar. As bordadeiras juntavam-se na casa umas das outras para que fosse mais fácil a tarefa. Lembro-me de pedirem opinião umas às outras, pois as mais novas sempre aprenderam com as mais velhas e a qualidade do bordado era importante para continuarem a receber mais trabalhos. E até mesmo as tarefas eram por vezes repartidas, pois umas sabiam preparar melhor o preenchimento, outras o acabamento e o trabalho saía mais perfeito. Lembro-me de me ensinarem a enorme importância de ter o lado do avesso tão perfeito como o lado direito. Eram tardes de aprendizagem, de uma vida não muito fácil, mas levada com muita dedicação e profissionalismo. São as minhas artesãs, as que sempre me inspiraram e a quem dedico o projeto MUDAME. Senhoras verticais na sua vida pessoal e artesanal e que levavam a importância da perfeição do avesso e do direito a todas as áreas da sua vida.
Maria a minha Avó Materna, artesã de bordado Madeira.
Rosa a minha Avó Paterna. Artesã de bordado Madeira.
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Cedo percebi que a minha vocação não seria reproduzir aquela arte das minhas bisavós, avós e tias.
O processo criativo falava mais alto e era aí que gostava de estar.
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